La Luna - Parte III


Lucius pulou no lago para lavar o sangue de sua face e suas mãos, o gosto de ferro estava dando ânsia nele. Carnius entrou no lago depois de lamber as pastas, Lucius começou a lavar o animal, chorava desesperado com medo de ter feito algo ruim, a ultima noite a Lua estava cheia e nos próximos oito dias seria assim. Depois de se acalmar Lucius levantou acampamento e seguiu para a cidade com Carnius. Antes de chegarem na estrada Lucius viu uma senhora, ela carrega um saco de pano e colhia algumas ervas na floresta. Quando ele se aproximou dela ela assustou-se.

_ Por favor! Não é possível! Por favor...
_ Calma senhora o que houve?
_ Não pode ser. Ela jurou que quebraria a maldição?
_ Do que a senhora está falando?
_ Não volte a cidade rapaz, assim que você aparecer por lá eles iram te matar e a maldição não poderá ser quebrada.
_ Do que a senhora está falando?
_ A maldição de La Luna...
_ A senhora quer dizer a maldição do lobisomem? A maldição da Lua Cheia...
_ Não. A maldição de La Luna. Sua mãe devia ter quebrado essa maldição assim que você nasceu? Ela me jurou que faria isso, La Luna é muito poderosa, nem mesma eu pude com o poder dela.
_ A senhora conhece minha mãe? Como?
_ Sou sua Tataravó Lucius. Sou a primeira de nossa família a ser amaldiçoada por La Luna.
_ Impossível! Se você é minha Tataravó você deve ter uns 150 anos?
_ 156 anos meu jovem. Graças aos meus chás consigo me manter com aparência de 70 anos. Sente-se debaixo desse cajueiro. Vou contar o que me aconteceu. " Eu sou a primeira filha de sete meninas, como a tradição mandava batizei minha irmã caçula. Depois segui a carreira de freira para que Joaquina não virasse bruxa. Só que perto do convento onde eu estava prestes a fazer meus votos havia uma floresta e dentro dessa floresta uma gruta. Todas as noites dentro de minha cela eu pude ver algumas mulheres e homens entrando com frutas e tochas na floresta. Eu era muito jovem e tola e minha curiosidade era muito grande. Uma noite como a de ontem, segui as pessoas que entraram na floresta, eles caminharam até a Gruta, cantaram e dançaram em volta da fogueira, beberam do sangue de um cabrito e partiram nenhum olhou para trás, eu sai do local onde eu estava escondida e vi uma mulher saindo da Gruta, era muito bonita, sua pele era uniforme, mas, tinha uma cor azulada, parecida com o brilho da Lua. Quando ela me viu sua feição mudou o rosto belo e jovial da moça se transformara num rosto horroroso cheio de rugas, pelos, verrugas e seus dentes estavam tão afiados como presa, seu corpo ficou sem forma e flutuava pelo ar como lençóis no varal. Eu tentei gritar, mas, minha voz não saia, ela me jogou na porta da gruta com a força do pensamento, La Luna poderosa me ordenou com sua voz rouca que ecoava na minha mente que eu trouxesse Joaquina até a floresta, a Menina que devia ter seus 2 anos na época deveria ser deixada na frente da gruta e então eu partiria sem olhar para trás, se eu não fizesse isso, ela me amaldiçoaria e eu viveria eternamente para servi-la. E a maldição só seria quebrada quando o primeiro filho ou filha de sete filhos do mesmo sexo, fosse sacrificado. Eu não tive coragem de deixar minha irmã lá, não sabia o que ela queria fazer, acreditava que La Luna a mataria.
Quando você nasceu eu pedi a sua mãe que levasse Augusto a gruta. Estava muito cansada, afinal na época eu tinha mais de 130 anos, mas, ela sonhava com o casamento dele e achava que La Luna eram os delírios de uma velha que traiu a Deus. Fez exatamente o que minha mãe fez, entregou você em batismo a Augusto. Depois o enviou para o Seminário.
_ Meu pai sabia da história de La Luna?
_ Sim. Ele é seguidor dela, seus tataravôs eram algumas das pessoas que saudavam La Luna nas noites de lua Cheia.
_ E qual a maldição que La Luna jogou em minha família?
_ Não na sua família, somente em sua mãe. La Luna a transformou numa fera, e ontem essa fera se libertou, Lucius só você pode quebrar essa maldição só você. Você deve matar sua mãe.
_ Por que eu?
_ Por que você é o único com a proteção de Carnius. La Luna só teme a ele. Você deve atrair sua mãe até a floresta e matá-la, pois ela ontem foi vista pelas pessoas e hoje de manhã ela disse que a fera era você. E se você for visto na cidade eles te matarão. Carnius não pode sair da floresta nas noites de lua cheia, pois ele precisa da energia das arvores e da terra.
_ Ela irá matar meu irmão e minha cunhada não vai?
_ Sim hoje a noite e não a como você impedir isso.
_ E o sangue nas minhas mãos e rosto e em Carnius. De quem era.
_ Nesse instante Carnius falou!
_ Eram da fera, ela tentou de atacar a noite enquanto você dormia, eu mordi seu braço e o sangue jorrou sobre você. Ontem foi a única oportunidade dela te matar.
Lucius olhou espantado para Carnius. A velha senhora continua a colher ervas, mas, rapidamente antes que ele pudesse indagá-la ela disse:
_ Vamos para minha cabana, vou preparar uma infusão para proteger vocês dois. Depois te tomar meu chá como de costume, continuarei a lhe contar como tentei destruir La Luna e porque eu disse que nem mesma eu pude destruí-la. E também quero te explicar melhor o que é La Luna.

Lady Debby Lenon

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