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Mostrando postagens de maio, 2008

La Luna – Parte VI

... – Um pedinte mãe bateu à porta pedindo comida e água. – Mas vocês estavam abraçados. – Na verdade ele estava tão fraco que quase caiu e eu o aparei. – Tá, tá. Livre-se dele. Vamos velho, saia daqui. – Minha senhora – disse Lucius – não tem pelo menos um pão pra comer? A mãe dele pegou um pão em cima do armário e atirou para o velho. – Tome, agora suma daqui. – Muito obrigado minha senhora. Vida longa para a senhora. Lucius e Carnius saem da casa. Lá fora já está entardecendo. – Augusto, o que eu fale sobre estranhos? Estamos em tempos difíceis e há uma fera à solta. – Mas mãe era só um velho e um cão sarnento, o velho nem se agüentava em pé. Que mal poderiam fazer? – Mãe? Está tudo bem? Ela fez que sim com a cabeça, mas não estava. Acabara de perceber seu erro, estava com Lucius e o guardião ao alcance de suas mãos e os deixou escapar. Estava em

LA LUNA PARTE V

A bebida começou a fazer efeito, eu envelheci umas três décadas. Meus cabelos ficaram grisalhos e minha barba cresceu. Carnius mudou sua cor para branco com manchas pretas e seu rosto estava todo preto, seu porte diminui, ficou parecendo um cão vira-latas, assim saímos em rumo a vila. Caminhamos rapidamente e pegamos a estradinha, apesar de todos olharem para a gente ninguém poderia reconhecer-nos. Não podia entrar em casa, pois até para eles eu era um estranho agora, arrumei uma desculpa assim que bati a porta de minha casa. Meu irmão atendeu, ele estava triste e envelhecido, assim que abriu a porta era assustou-se e em voz baixa, quase sussurrando perguntou: _ Lucius? Você veio me salvar? Coloquei meu dedo indicador sob meus lábios pedindo a ele que ficasse em silêncio não podia entender como meu irmão pode me reconhecer, então ele puxou meu braço forçando-me a entrar em casa, Carnius me seguiu. _ Meu irmão como você me reconheceu? Você está sozinho aqui em

La Luna - Parte IV

La Luna não tem forma – disse a velha – somente nas noites de lua cheia ela assume a forma humana, para fazer suas vitimas. – O que Carnius tem a ver com isso? Porque ela o teme? – Eu já fui seguidor de La Luna – respondeu Carnius – nem sempre tive essa forma. Fui entregue a ela como oferenda pela minha família. Ela tomou meu sangue e me serviu do dela, me dando força para que eu pudesse servi-la. Quando as famílias pararam de deixar suas crianças para ela, eu tinha que raptá-las. E isso se repetia ao longo dos anos, décadas, séculos. Já não estava suportando mais essa vida de servidão. Então aconteceu algo inesperado. Você! Você nasceu e foi ofertado, mas havia algo diferente em você. Então eu o resgatei da frente da caverna, e o levei de volta à sua família. Seu pai ficou contente, mas sua mãe não. Eu não conseguia entender, até agora. La Luna em vingança me colocou uma maldição, me transformou em cão e me condenou a ficar sempre na floresta, nunca sair dela

La Luna - Parte III

Lucius pulou no lago para lavar o sangue de sua face e suas mãos, o gosto de ferro estava dando ânsia nele. Carnius entrou no lago depois de lamber as pastas, Lucius começou a lavar o animal, chorava desesperado com medo de ter feito algo ruim, a ultima noite a Lua estava cheia e nos próximos oito dias seria assim. Depois de se acalmar Lucius levantou acampamento e seguiu para a cidade com Carnius. Antes de chegarem na estrada Lucius viu uma senhora, ela carrega um saco de pano e colhia algumas ervas na floresta. Quando ele se aproximou dela ela assustou-se. _ Por favor! Não é possível! Por favor... _ Calma senhora o que houve? _ Não pode ser. Ela jurou que quebraria a maldição? _ Do que a senhora está falando? _ Não volte a cidade rapaz, assim que você aparecer por lá eles iram te matar e a maldição não poderá ser quebrada. _ Do que a senhora está falando? _ A maldição de La Luna... _ A senhora quer dizer a maldição do lobisomem? A maldição da Lua Cheia... _ Não. A maldição de La Luna

La Luna – Parte II

Com o tempo a amizade entre Carnius e Lucius se fortaleceu. Isolados na floresta, sempre se escondendo das pessoas e mantendo-se afastados de povoados. Sobreviviam de ervas e caça. Carnius parecia adivinhar os pensamentos de Lucius, ajudando-o nas caçadas empurrando as presas para as armadilhas. _ Parece que você sabe o que eu penso, não é Carnius? _ Humf. _ Tenho saudade de meus irmãos, principalmente de Augusto. Aquele sonho não me sai da cabeça. _ Au. _ O que acha de irmos vê-lo? _ Au, Au. _ Acredito que isso deva ser um sim, não é? Carnius olha bem nos olhos de Lucius e abana o rabo, demonstrando que entendeu. _ Muito bem. Amanhã iremos até a vila. Ficaremos nos arredores e olharemos de longe. No dia seguinte desmontaram acampamento cedo. Era mais ou menos um dia de caminhada floresta adentro. Mais um ciclo lunar se aproximava e isto estava deixando Lucius apreensivo. Será que essas histórias que os antigos contam era verdade? Afinal, ele nunca tinha visto um