Svdar e os Gobis







Svdar e os Gobis

jack.sawyer@itelefonica.com.br
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Do alto da colina Micasi, Svdar contempla o exército de Gobis(1) , em volta do lago Belzener.
- O que faremos agora meu rei? – pergunta Yatis, general do exército de Medilan.
Svdar não responde. Fica observando aquele grande exército.
Se persistisse no ataque, os Gobis envenenariam o lago. Já haviam extraído o suficiente para abastecer a tropa por um mês. Por outro lado, se recuasse, os Gobis tomariam conta do lago e poderiam até cortar o abastecimento de água para Medilan, sitiando a cidade. As duas escolhas eram ruins para Medilan.
- Yatis. – chamou Svdar – mande um mensageiro ao bosque. Mande procurar por Vala Mal Doran e leve o meu anel, ela vai entender. – disse entregando um dos seus anéis a Yatis.
- O que pretende meu senhor? – questionou Yatis.
- Cobrar um favor, meu caro amigo. Mande trocar a trombeta. Vamos nos retirar... por enquanto.
O som da trombeta ecoa pela planície. As tropas avançadas ouvem o som e ficam sem entender se é realmente um toque de retirada. Olham para o alto da colina e vêem o estandarte de Medilan sendo agitado da esquerda para a direita. Um sinal claro de retirada.
Mais à frente, o exército Gobi comemorava o recuo dos guerreiros de Medilan.
Os dias passam. Os guerreiros de Medilan haviam montado acampamento no alto da colina Micasi.
Antes de o sol nascer, Teal´c, o falcão de Vala Mal Doran, chega com uma mensagem em seu bojo.
Svdar leu o conteúdo da carta e logo em seguida chamou Yatis.
Pediu a ele que separasse os melhores guerreiros e os grifos(2) mais fortes. Deveriam voar até os flancos do exército Gobi.
O restante começou a descer a colina liderada por Svdar.
O exército Gobi percebendo a movimentação, começou a se mobilizar também, reagrupando as tropas a pé em formação em cunha e a montada em linha. Alem dos que estavam posicionados nas margens do lago com o veneno pronto para ser lançado nas águas.
Era manhã, mas as nuvens carregadas e plúmbeas, bloqueavam o sol, mergulhando a planície na penumbra.
Svdar trotava calmamente à frente de seu exército com Vacum, seu magnífico grifo de pele cinza e bico e asas douradas.
De repente, como que ensaiados vários falcões saíram do bosque em direção ao lago. Os Gobis, pegos de surpresa, olham para cima em direção as aves e baixam seus escudos. Era o que os Hunters(3), o povo do bosque, esperava. Enquanto os falcões mergulhavam, varias flechas saíram do bosque alvejando os Gobis. Os falcões tinham um papel importante agora, que era recolher todos os fracos de veneno antes que caíssem no lago.
A tropa que Yatis liderava, saiu das sombras e sobrevoou por cima das nuvens escuras, com seus grifos carregando pesadas pedras.
Ao comando de Svdar, seus guerreiros colocaram os elmo e baixaram as viseiras. Simultaneamente, Nagael, que estava ocultou, sussurrou um encantamento, em uma língua estranha que fez as nuvens escuras sumirem, fazendo com que o sol brilhasse sobre o campo com toda a sua plenitude, ofuscando os Gobis.
Concomitantemente, a tropa de Yatis, sobrevoa o campo, soltando as enormes pedras sobre os Gobis, que estavam com os escudos baixados para se protegerem das flechas do bosque, do ataque de Svdar e seus guerreiros e do reflexo em seus elmos.
Em conjunto ao ataque de Svdar pela frente, Yatis atacava pelos flancos e cavalos alados saiam do bosque, montados por arqueiros, completavam o ataque pelo alto.
Os Gobis haviam abandonado a formação e foram facilmente dominados. O restante do exército se rendeu.
Foram todos dominados, desarmados e reagrupados em uma parte baixa do terreno, sob a vigilância dos guerreiros de Medilan e suas montarias.
Svdar se posicionou à frente do que restou do exército de Gobis, ainda com seu machado tinto de sangue, e disse calmamente.
- Não farei prisioneiros e nem escravos. Não os matarei, porque se renderam para evitar mais derramamento de sangue. Não me vingarei de seu povo e não haverá represálias. Eu os deixarei ir. Podem levar a água para o seu povo. E quando precisarem de mais, podem vir buscar, desde que peçam. Só não permitirei mais ataques. Espero que não haja uma próxima. E se houver, não serei condescendente. Não haverá sobreviventes. Meu exército marchará inexoravelmente, até suas vilas. até que não haja mais nenhum Gobi no mundo.
Houve um silencio. De repente todo o povo Gobi se curva com um joelho na terra encharcada de sangue e gritam todos em uníssono.
- Longa vida ao rei Svdar
Vala Mal Doran, pousa ao lado de Svdar com Ikistar, seu magnífico cavalo alado, cor de cobre que parecia refulgir ao sol.
- Sábias palavras, meu senhor. Contundente, mais belas – disse Vala Mal Doran.
- Meu primeiro conflito desde que me tornei Rei de Medilan
- E não será o último. – observou Vala Mal Doran – Há muitos povos além dos portões de Medilan.
- Eu sei... – aquiesceu o rei.
O piar de Teal´c chama a atenção de Vara Mal Doran
- Devo ir meu rei. – disse Vala Mal Doran – foi uma honra poder servir ao teu lado em mais uma batalha.
- A honra foi minha... meu amigo
Vala Mal Doran dispara para o céu, seguido de Teal´c, em direção à floresta.

Fim.

Por Jack Sawyer
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1-Gobis – raça do deserto, com aparência de répteis.
2-Grifos – criaturas com corpo de leão, cabeça e asas de águia, além de possuir o dorso recoberto de penas.
3-Hunters – povo do bosque.

Comentários

Unknown disse…
Saudações!
Amigo JackSaweyer,
Que história fantástica!
Uma descrição perfeita, me sente como se estivesse no local da grande batalha...Sua narrativa é nota 1001!
Parabéns meu amigo!
LISON.

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