Como palco, o parque

Era mais um dia de trabalho duro. Vida sofrida, dura e perigosa essa. Correndo risco a cada metro percorrido em uma das cidades mais populosas do mundo. Muitos carros, motos e até caminhões disputando o mesmo espaço. Discussões, acidentes e mortes. Assim era o dia de Dionésio. Passava o dia na rua. Uma entrega aqui, outra ali e o mais rápido possível. Quanto antes voltasse para a empresa, mas serviço pegava e mais dinheiro ganhava. Não era tanto assim. Mas dava pra comer e pagar a prestação da moto.
Estava no meio do trânsito, em plena segunda-feira, quando viu uma moça na calçada. Aquele vislumbre entre uma manobra e outra entre os carros. Virou na próxima rua, contornou o quarteirão e parou ao lado da moça. Se apresentou a ela como fotógrafo e perguntou se ela tinha interesse em ganhar algum dinheiro com fotos. A moça achou estranha a pergunta e tentou escapar. Ele com a voz suave disse que era para uma campanha de conscientização ecológica. As fotos seriam tiradas em um parque e ao natural, do jeito que ela estava vestida.
A garota se animou. Afinal estava precisando de uma grana.
Para dar mais ênfase ao que estava falando, Dionésio mostrou um envelope pardo, bem recheado e lacrado. Foi o suficiente para convencer a garota a subir em sua moto e saírem em direção ao Parque do Estado.
À tarde, Dionésio estava de volta à empresa. Antes de entrar no prédio, tirou o envelope pardo de dentro da jaqueta e jogou na lixeira.
Uns garotos que ficavam na frente do prédio, viram o motoboy se desfazendo do embrulho e correram para pegar, disputando entre si. Um dos meninos pega o envelope e sai correndo vitorioso.
Ao abrir, encontra um monte de jornal, cortado de forma retangular, amarrado com vários elásticos.
Dentro do prédio, Dionésio pensava em como era fácil enganá-las. Bastava dizer o que elas queriam ouvir. Falar tranquilamente e pronto.
Com essa, já são nove mulheres.
Amanhã é outro dia. Mais um dia de trabalho duro.


Por Jack Sawyer

Comentários

Olá, Jack, parece a história do maníaco do parque.
Aqui entre nós, essas meninas precisam ser muito ingênuas pra caírem nessa né? Pior é que caem.
Anônimo disse…
Ahh, mais o que ele fazia com as mulheres preciso disso para um trabalho de português, me informem POR FAVOR. Valeu!

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