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Mostrando postagens de julho, 2008

Josefine - Parte III

Josefine – parte III Atualmente... Tive que aprender, com um certo cuidado, a andar de dia. Apesar de estar mais vulnerável nesse período, era a única forma de tentar localizar os lobisomens, pois eles eram feras à noite, mas de dia, eram humanos comuns. Fiquei naquele telhado por mais três noites e nada aconteceu. Na noite seguinte fiquei sabendo que houve um ataque em uma fazenda próxima. Um bezerro havia sido estraçalhado. Os restos não estavam visíveis. Só foram encontrados por causa da movimentação aérea dos urubus. Os homens estavam organizando uma caçada, acreditando ser uma onça, pois ali, já fora território de onças e outros felinos carnívoros. Era noite de lua nova e estaria tudo escuro. Valendo-me da minha visão, aproveitei a escuridão para invadir o barraco onde vi o menino entrar. O barraco estava vazio. Havia um cheiro de cachorro molhado no local, denunciando a presença de lobisomens. Só que havia outro cheiro, e esse parecia familiar, mas eu não co

Josefine - Parte II

Josefine – parte II Setembro de 1812 Josefine foi quem me transformou. Na época eu pertencia ao exército do general Napoleão. Fui ferido em combate, na invasão à Rússia, em 1812. Quando estava no campo de batalha, quase nas mãos da senhora da foice, ela apareceu. Um rosto branco como cera. Trajava um longo vestido negro e cabelos vermelhos. Se não fosse pela vestimenta, eu diria que era um anjo. Estava se alimentando. Para os noturnos, o campo de batalha sempre foi um ótimo lugar para se alimentar em abundancia. As pessoas já estavam morrendo mesmo. Não seria tirar nenhuma vida, e além do mais, ninguém suspeitaria. Não haveria marcas de dentes. Qualquer médico diria que morreram devido aos ferimentos e por hemorragia, explicando a ausência de sangue. Ao se aproximar de mim, já farta de se alimentar, com a sua sede saciada, eu a segurei pela barra do vestido, suplicando sua ajuda. Por um momento ela parou e ficou me observando. Eu já estava em estado de choque e começando a

Josefine – parte I

Aviso. Antes de ler esse conto, leia "O Assalto". Vocês terão uma idéia melhor do personagem. NC Josefine – parte I Mais uma noite de lua cheia. Esta semana inteira é de lua cheia. Tenho que ficar atento a qualquer coisa, qualquer relato estranho. Fico andando de bar em bar. Não tem melhor lugar para saber da vida dos outros ou o que acontece na cidade. Sempre foi assim. Por mais escondido que seja feito, alguém sempre fica sabendo e acaba comentando em uma roda de amigos, e daqui a pouco, a cidade inteira está sabendo. Tenho que ficar atento, por que é nessa época que eles ficam mais ferozes. Esse é o período em que a fera domina o homem e eles perdem o controle. Em uma dessas andanças, ouvi um grupo de adolescentes comentando: – Meu pai é um lobisomem. – Fala sério! Esse negócio não existe – zombou o colega mais próximo. Os demais colegas do garoto começaram a gargalhar, fazendo piadas e chamando o garoto de filhote de lobisomem, ele s